sábado, 23 de agosto de 2008

The Subways na Cotonete!

O site da Cotonete analisou o mais novo album dos Subways, o All or Nothing!

Confira Abaixo:

O rock dos Subways é sem espinhas, está tudo no sítio e o coração deles está do lado certo. O problema é que ainda conservam tiques de adolescentes que tentam salvar o mundo em três minutos. Nota-se aqui o dedo de Butch Vig, responsável pela produção de um dos álbuns mais míticos dos anos 90 (e de sempre), o "Nevermind" dos Nirvana. "All or Nothing" é um disco competente e certinho mas não deixa de se inscrever num panorama rock a precisar de sopas e descanso.

Não se pense por isso que o trio de jovens músicos não subiu a pulso e não merece tudo de bom que lhe possa acontecer. Sujeitos na puberdade a uma dieta que foi desde os Ramones aos Pixies e aos Mudhoney, eles até podem soar tenrinhos como os australianos The Vines, mas já fazem da ressaca do grunge uma curva no tempo em vez de se curvarem a um tempo que já foi e não volta mais. E isso percebe-se nas primeiras três, quatro canções, centradas na guitarra, no baixo e numa bateria cujas baquetas apontam em frente.

Mas depois vem 'Move to Newlyn', um número de circo choninhas que se debulha em lamentos baladeiros, com direito a coros femininos em fundo. Deve ser qualquer coisa nos genes destas bandas que não resistem a uma ou outra deambulação electro-acústrica, como que a provar que também são capazes de tocar mais desligados da corrente. Acaba por ser um peso-morto que põe água na fervura quando o álbum seguia à temperatura certa.

Para compensar, depois há um par de canções mais aguerridas, 'I Won't Let You Down' e 'Turnaround', e o rock volta a conjugar-se com perigo e urgência. Chegados a 'Strawberry Blonde', o desespero agarra-se a nós como lapa à rocha. Percebemos então que um disco de apelo mais punk do que pop foi enxertado com duas ou três cançonetas mariquinhas para mostrar às namoradas.

Ouve-se por aqui uma segunda voz, a da baixista Charlotte Cooper, que, com mais asfalto em cima, há-de chegar a rasgos mais felinos que o trio anda a precisar. E se foi pela produção que começámos, é por ela que vamos terminar. Butch Vig parece refrear um pouco a atitude pseudo-incendiária própria da idade. E isso faz acreditar que, enquanto estiverem bem acompanhados, os Subways lá se irão aguentando. O mal é que bandas assim, saídas da adolescência, costumam perder-se pelo caminho, sobretudo se o barulho das luzes começar a ouvir-se na garagem.

Helder Gomes

Créditos: Cotonete

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